domingo, 2 de novembro de 2008

Década do Centenário

História

1992-1998


O tricampeonato estadual 92/93/94

O campeonato estadual invicto de 92 foi conquistado ate' com uma certa facilidade, mesmo com o time sentindo a falta de Bebeto, vendido antes do inicio da competicao ao La Coruna. No primeiro turno, o Vasco terminou com dois pontos de vantagem, e no segundo, com seis, tendo assegurado o titulo com duas rodadas de antecedencia.

Em 93 e 94, a disputa foi mais dura, e o Vasco teve que decidir contra o Fluminense em ambas as ocasioes: Em 93, numa melhor de quatro pontos, em que o time estava muito desfalcado mas mesmo assim garantiu o bicampeonato num empate sem gols na partida final, com Bismarck ainda perdendo um penalti. Em 94, na ultima rodada do quadrangular final, novamente venceu o mesmo adversario, que outrora fora sempre tao dificil de superar, por 2 a 0. O Vasco, que ja' havia vencido mais uma vez o Flu na partida decisiva da Taca Guanabara com uma goleada de 4 a 1, permaneceu invicto ate' quatro partidas antes do fim do campeonato, quando sofreu o que viria a ser a sua unica derrota numa partida contra o Flamengo, com uma arbitragem muito contestada e os jogadores ainda traumatizados pelo falecimento do jogador Dener num acidente automobilistico dias antes. Dener, uma das grandes revelacoes do futebol brasileiro, havia sido emprestado ao Vasco pela Portuguesa de Desportos no inicio do ano.

Infelizmente, quando o Vasco iniciava mais um periodo de hegemonia no futebol carioca em 92, este ja' mostrava os efeitos dos muitos anos de administracao do nefasto "Caixa D'Agua", da incompetencia e falta de carater dos seus cartolas, num pais onde a politica do futebol nao deixa de ser um reflexo da sociedade em geral. Nenhum jogo do campeonato estadual de 92 pode ser disputado no Maracana interditado, abandonado e caindo aos pedacos. O publico pagante diminuia, desanimado nao so' pelos problemas cronicos de falta de seguranca nos estadios, falta de organizacao do calendario e denuncias de corrupcao, mas sobretudo pelo subito enfraquecimento tecnico dos clubes.

A bem da justica, diga-se que o Vasco, apesar de tambem ter dilapidado o seu elenco a exemplo dos outros clubes, foi todavia o que continuou a revelar mais talentos, alem de realizar contratacoes significativas. Durante a campanha do tricampeonato, foram revelados jogadores do quilate de Valdir, Edmundo (vendido apos ter sido o craque do campeonato de 92), Carlos Germano, Pimentel, Leandro, Yan e Gian, e contratados Luisinho, Ricardo Rocha e o tragicamente falecido Dener. Assim, o tricampeonato foi a consequencia inevitavel da diferenca de categoria entre a equipe do Vasco e as demais.

Jogadores de aluguel, tecnicos "prestigiados"

Depois do tricampeonato estadual, seria logico que o Vasco partisse para conquistas de alcance maior. Para isto teria que manter o elenco e reforcar o plantel nas posicoes carentes. No entanto o que se viu foi o oposto: Por um lado o elenco ia sendo dilapidado a precos camaradas; por outro, uma serie de jogadores de qualidade duvidosa, para nao dizer inuteis, cujos nomes nem vale a pena lembrar aqui, passaram a ser alugados de empresarios por quantias relativamente absurdas. Transacoes certamente vantajosas para os empresarios dos jogadores, e sabe la' quem mais, mas prejudiciais ao clube.

Deste modo, nao se constituiram em surpresas as campanhas mediocres no campeonato estadual de 95 - quando o Vasco deveria estar tentando o tetracampeonato - e no estadual de 96, nem as piores colocacoes obtidas pelo clube na historia dos campeonatos brasileiros - em 95 e 96 o clube terminou perto da zona de rebaixamento. Os treinadores, que nestas ocasioes sao sempre os bodes expiatorios, passaram a nao esquentar lugar em Sao Januario: foram nada menos de quatro tecnicos em 95 e cinco em 96. O ano seguinte seria de eleicoes, a politica interna comecava a ferver e a torcida fazia protestos contra a administracao do clube.

Porem houveram algumas excecoes a estas tendencias, que fizeram com que o Vasco escapasse deste cenario sinistro, que lembrava um pouco as fases passadas na decada de 60. No meio de tantas pessimas contratacoes, umas poucas acabaram sendo acertadas. Em 95, o passe de Juninho, da selecao brasileira de juniores, foi comprado do Sport Recife. Em meio ao campeonato brasileiro de 96, foi contratado o meia Ramon, eficiente jogador que estava ha' alguns anos na Europa. Mas a melhor contratacao, que devolveu ao Vasco o idolo que a torcida precisava desde a saida de Valdir para o Sao Paulo, foi a volta de Edmundo. Depois de continuar se destacando no Palmeiras, ele havia passado duas temporadas muito ruins no Flamengo e no Corinthians. Quase no fim de 96, com o clube claudicando no campeonato brasileiro, a volta de Edmundo foi concretizada, e ele logo demonstrou do que era capaz ao marcar tres gols numa goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo.

Mesmo com Edmundo, o elenco ainda deixava a desejar. Apos mais uma campanha mediocre no baguncado campeonato estadual de 97, a diretoria concluiu que a unica chance de ser reeleita para o importante mandato do centenario do clube seria formar um time forte, capaz de ser um real candidato ao campeonato brasileiro. Consequentemente, as negociatas com empresarios de jogadores foram substituidas (pelo menos para a ocasiao) por contratacoes responsaveis, ainda que por emprestimo, visando a preencher as posicoes carentes do time. Outra decisao acertada foi a de interromper o circulo vicioso das trocas sucessivas de tecnicos e deixar que o trabalho do tecnico pudesse usufruir de continuidade. Como nao acontecia ha' mais de dez anos, finalmente o Vasco atravessaria alguns anos tendo um unico tecnico, Antonio Lopes.

O terceiro titulo brasileiro

O Vasco comecou sua participacao no campeonato brasileiro de 1997 com um elenco reformulado, mas mesmo assim nao havia muita gente que lhe atribuisse o mais ligeiro favoritismo. Ainda mais que o clube tambem teria que disputar em paralelo a Supercopa dos campeoes sul-americanos, devido ao reconhecimento oficial, por parte da Confederacao Sul-Americana, do historico titulo do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeoes de 1948. Mas os reforcos que chegavam a Sao Januario vinham cair como uma luva na equipe, que ia sendo armada na surdina pelo tecnico Antonio Lopes. Depois de anos, o Vasco voltava a ter uma equipe guerreira, com uma defesa solida, um meio campo a um tempo combativo e criativo e um ataque temivel.

Estas caracteristicas nao se formaram instantaneamente. No inicio da competicao, faltava entrosamento e padrao de jogo a equipe, alem de haver o problema da renovacao de contrato do grande goleiro Carlos Germano e uma contusao de lenta recuperacao de Juninho. Por isso o Vasco comecou perdendo pontos nas duas primeiras partidas. Mas nao tardou e a equipe comecou a vencer e a subir na tabela de classificacao, apesar de ter a menos duas partidas que haviam sido adiadas. Varios jogadores se destacavam, a comecar pelo goleiro Marcio, que de terceiro reserva passava a suprir brilhantemente o desfalque temporario de Carlos Germano. Odvan e Mauro Galvao se firmaram como parceiros ideais de zaga, onde a vitalidade e simplicidade do primeiro eram um complemento perfeito `a experiencia e classe do segundo. O lateral esquerdo Felipe, revelacao dos juniores, demonstrava muita habilidade e eficiencia no apoio. O meio-campo unia a tenacidade de Luisinho e Nasa na marcacao `a habilidade de Juninho e Ramon na criacao de jogadas. No ataque, Evair cumpria com abnegacao uma funcao tatica `a qual nao estava acostumado, de recuar e abrir espacos. Mas o principal fator de desequilibrio era mesmo Edmundo, que a cada partida parecia mais impossivel de ser marcado.

Os adversarios faziam de tudo para parar o genial artilheiro. Dentro de campo, eram as provocacoes para queimar o seu notorio pavio curto; fora de campo, a imprensa nao perdia uma oportunidade para alardear declaracoes polemicas do jogador, ou lembrar, sem motivo, suas antigas rixas com Evair, que havia sido seu parceiro de ataque no Palmeiras. As vezes as provocacoes funcionavam, como na partida contra o America de Natal, no Rio Grande do Norte, em que Edmundo acabou expulso e, na saida, muito irritado, declarou que "o Vasco vem jogar na Paraiba e botam um Paraiba para apitar". Depois deste incidente, explorado fora de proporcoes pela imprensa, Edmundo decidiu nao conceder mais entrevistas e declaracoes. Talvez por isso seu futebol cresceu ainda mais e seu comportamento disciplinar passou a ser muito bom. Enquanto Edmundo ia acumulando gols, o Vasco ia acumulando vitorias, e quem nao gostava tinha que engolir.

Numa noite de quarta-feira em Sao Januario, o Vasco goleou por 6 a 0 ao lanterna Uniao Sao Joao, com todos os gols marcados por Edmundo, que assim quebrou o recorde do campeonato brasileiro, de maior gols numa unica partida, que era de Roberto Dinamite e Ronaldinho, com cinco. Mais alem, ele quebraria outro, o de maior artilheiro em um campeonato brasileiro com 29 gols, superando a Reinaldo, que em 1978 havia marcado 28.

Depois de uma inesperada goleada sofrida na Supercopa para o River Plate, em Buenos Aires, por 5 a 1, os jogadores vascainos passaram a mostrar ainda mais uniao e determinacao no campeonato brasileiro e, ao fim da primeira fase, o Vasco obteve uma sequencia categorica de bons resultados que passavam a credencia-lo aos olhos da torcida como principal candidato ao titulo. Invicto em jogos no Rio, o time garantiu antecipadamente o primeiro lugar na primeira fase, apresentando a melhor campanha, o melhor ataque, o artilheiro e o melhor jogador do campeonato. A melhor campanha lhe assegurava a vantagem de poder terminar empatado na classificacao na fase semifinal para passar a final, e nesta, a vantagem do empate no placar global, o que acabou sendo decisivo.

Dos outros sete clubes classificados para a fase semifinal, o Vasco tinha derrotado a cinco na primeira fase - Internacional, Atletico-MG, Portuguesa, Flamengo e Palmeiras -, empatado com o Juventude e perdido apenas para o Santos. Na fase semifinal, o Vasco continuou demonstrando a sua superioridade. Comecou vencendo o Juventude fora de casa. A seguir, empatou em 1 a 1 com o Flamengo, um resultado favoravel, levando-se em consideracao a vantagem do empate na classificacao, mas que foi comemorado pelos adversarios como uma vitoria. Foi dito que o Vasco havia sido amarrado com um "no' tatico" e passaram a relembrar a eliminacao do Vasco pelo proprio Flamengo no campeonato brasileiro de 1992. Tudo ilusao de quem no fundo sabia que nao tinha time suficiente. Enquanto o Vasco, com uma tremenda pinta de campeao, vencia a perigosa Portuguesa no Maracana e repetia a dose no Morumbi, o Flamengo perdia bisonhamente para o Juventude em Porto Alegre. Mesmo que o Vasco perdesse a proxima partida para o Flamengo, bastaria uma vitoria sobre o Juventude no Maracana na ultima rodada para passar `a final, independente do resultado de Portuguesa x Flamengo em Sao Paulo.

Foi nessa situacao desesperadora que o Flamengo entrou em campo, com a obrigacao de atacar a qualquer custo. O tecnico Antonio Lopes entao tranquilamente posicionou o time para explorar os contra-ataques, e no final nao deu outra: Vasco 4 a 1, com tres gols e nova atuacao de gala de Edmundo, numa aparente repeticao do resultado do ano anterior. Com a diferenca que, naquela ocasiao, ambas equipes ja' nao tinham nenhuma aspiracao no campeonato, e nesta, o resultado valia a classificacao antecipada do Vasco na final. O terceiro gol de Edmundo, um golaco digno de antologia, foi inclusive o que quebrou o recorde da artilharia dos campeonatos brasileiros.

Depois desta goleada historica, a torcida vascaina estava de alma tao lavada, que dizia-se (retoricamente) que nao era nem preciso o Vasco fazer mais nada no campeonato. E realmente o Vasco nao venceu as tres partidas que lhe restavam. Mas nem era preciso. Depois do empate do time reserva com o Juventude, so' para cumprir tabela, o Vasco chegava a final contra o Palmeiras, o vencedor do outro grupo, com a vantagem da igual diferenca de gols, e foi o que aconteceu. A primeira partida, no Morumbi, e a segunda, no Maracana, foram durissimas mas, com dois empates sem gols, o Vasco conquistou o seu terceiro titulo brasileiro, com todo o merecimento.

Chegava assim o Vasco ao ano do seu centenario laureado como campeao brasileiro, com uma oportunidade de tentar vencer a Copa Libertadores e sonhar com o Mundial de Clubes em Toquio. Infelizmente, todavia, sem Edmundo, que deixava o Vasco rumo `a Italia, para jogar pela Fiorentina.

As glorias do centenario

Quando comecou 1998, ano em que o Vasco comemoraria o centenario da sua fundacao, havia uma grande expectativa em relacao ao desempenho esportivo do clube, tanto por parte de sua torcida, como das torcidas adversarias. Ainda estava bem fresco na memoria dos torcedores cariocas o que havia se passado com um certo clube tres anos antes, quando o seu presidente havia prometido "ganhar tudo no centenario". Como se sabe, o que acabou sucedendo foi um total fracasso. Em vez do "ano do centenario", o clube do presidente fanfarrao teve que se contentar com o "ano do sem-ter-nada". Obviamente, o Vasco nao queria passar pelo mesmo vexame, e dedicou-se de corpo e alma a estruturar-se para o sucesso, nao so no futebol, como em todos os esportes. E, para felicidade geral de milhoes de vascainos, o ano do centenario do clube veio a ser um dos mais vitoriosos de sua historia. Em todos os esportes, foram conquistados titulos significativos, entre os quais podemos orgulhosamente destacar o campeonato estadual e Trofeu Brasil de remo, o sul-americano de basquete, o estadual de handebol, campeonatos estadual e brasileiro de futebol feminino, e, no futebol, as conquistas da Taca Guanabara, Taca Rio, Campeonato Estadual e Copa Libertadores.

Com o objetivo de suprir as ausencias de Edmundo e Evair, que haviam deixado a equipe, o Vasco fez contratacoes de peso para o seu ataque, trazendo Donizete e Luizao, jogadores com passagem pela selecao brasileira. O resto do time continuou sendo a mesma base da campanha do Campeonato Brasileiro de 97. Para o Estadual de 98, a disparidade entre a forca do Vasco e os demais era tao aparente, que estes nao tiveram escrupulos em recorrer a manobras incriveis para tentar esvaziar a competicao e deslustrar o inevitavel titulo vascaino. Recorreram ate' `a molecagem de nao comparecer a campo, sob o pretexto de estarem protestando contra algumas transferencias de datas que o Vasco necessitava para evitar colisoes com compromissos pelas Copas do Brasil e Libertadores. Naturalmente fingiam que se esqueciam que a confusao do calendario foi culpa deles proprios, que tinham exigido a compressao da tabela do estadual para que pudessem dedicar-se exclusivamente ao Torneio Rio-Sao Paulo. Enfim, o fato e' que, as vitorias por WO tornaram a tarefa do Vasco ainda mais facil, e o clube tratou de conquistar com algumas rodadas de antecedencia os titulos da Taca Guanabara e Taca Rio e, consequentemente, do Campeonato Estadual, sem precisar de uma final.

Na Copa do Brasil, o time acabou nao conseguindo sua classificacao para a final, caindo na semifinal para o Cruzeiro. Porem a atencao de todos voltava-se para a Copa Libertadores. O inicio da campanha nao fora alentador, com o time conquistando apenas um ponto em tres partidas fora de casa. Os adversarios no grupo eram Guadalajara e America, do Mexico, e o Gremio. Nas tres partidas de volta, todas em Sao Januario, o Vasco nao podia pensar em perder para se classificar. De fato, a classificacao foi alcancada com duas vitorias indiscutiveis sobre o Gremio por 3 a 0 e sobre o Guadalajara por 2 a 0, e com o simples empate com o America, na ultima partida, o Vasco se classificou em segundo lugar no grupo. A partir dai', o time embalou na competicao e consecutivamente eliminou a Cruzeiro e Gremio, campeoes da Libertadores nos dois anos anteriores, e enfrentaria na semifinal o River Plate, apontado como a melhor equipe do continente e favorito para o titulo. Foi um confronto de proporcoes epicas. Apos superar a equipe argentina por 1 a 0 em Sao Januario, o Vasco arrancou um empate em 1 a 1 no Monumental de Nunez, sob intensa pressao, gracas a um golaco de Juninho, que havia entrado como substituto, numa magnifica cobranca de falta de longa distancia, faltando 8 minutos para o fim da partida. A final seria contra o Barcelona, de Guayaquil, em agosto, exatamente o mes em que as celebracoes pelo centenario atingiam o climax. A primeira partida foi um passeio em Sao Januario, e o placar de 2 a 0, com gols de Donizete e Luizao, saiu barato para os equatorianos. Mesmo assim, criou-se no Equador um clima de guerra para a segunda partida, e a torcida do Barcelona, ate' mesmo com uma certa dose de ingenuidade, acreditava que podia superar a vantagem vascaina. Mas na medida em que sua esperanca era destruida dentro do campo pelos craques vascainos, que ao final do primeiro tempo ja' haviam marcado 2 a 0, novamente por intermedio de Luizao e Donizete, os frustrados equatorianos nas arquibancadas do belissimo Estadio Monumental de Guayaquil passaram a agredir os torcedores vascainos presentes. Porem no final prevaleceu a alegria dos vascainos, pois com o resultado final de 2 a 1 podiam comemorar a inedita conquista da Copa Libertadores. Era mais um titulo sul-americano para o Vasco, numa repeticao do que havia acontecido 50 anos antes em Santiago do Chile. Houve uma grande carreata na volta da delegacao ao Rio, com milhares de vascainos desfilando pela cidade, do Galeao `a Zona Sul e terminando em Sao Januario, a festejar o centenario, a conquista e seus herois.

Depois disso, a partida em Toquio contra o campeao europeu, o Real Madrid, valendo o titulo mundial de clubes, passou a ser a prioridade. A equipe se apresentou no Campeonato Brasileiro com sucessivos desfalques - sendo o mais serio o de Pedrinho, que sofreu uma gravissima lesao no joelho apos uma entrada de um zagueiro do Cruzeiro -, enquanto que, na Copa Mercosul, o Vasco foi representado pelo Expressinho. Em ambas as competicoes, nao conseguiu classificacao para as fases decisivas. De qualquer forma, a estrategia previamente tracada era embarcar rumo a Toquio tao somente terminasse a fase de classificacao do Brasileiro, para poder se aclimatar e se acostumar com a diferenca de fuso horario no Japao. Desta maneira, mesmo que tivesse obtido a classificacao entre os oito primeiros - e esta so' escapou por causa de um empate com o Goias na ultima rodada - o Vasco teria que utilizar o Expressinho nas play-offs.

A caminho de Toquio, o Vasco ainda fez uma escala nos EUA, para um compromisso contra o DC United valendo a Copa Inter-Americana, que anualmente reune os campeoes das Copas Libertadores e da Concacaf. Na primeira partida, em Washington, o Vasco venceu por 1 a 0 e a segunda partida se realizaria durante a volta de Toquio ao Rio. O resultado positivo serviu para aumentar mais a motivacao para o confronto contra o Real Madrid. Os vascainos tinham motivos para estarem confiantes, pois teriam 10 dias para treinar e se condicionar para o confronto, enquanto que o campeao europeu, que chegaria na antevespera da partida, vinha cumprindo uma campanha de altos e baixos no campeonato espanhol, exibindo a cada jogo pontos vulneraveis na sua defesa. Lamentavelmente, quando a bola rolou, a equipe cruzmaltina nao soube impor um estilo de jogo ofensivo, que explorasse as deficiencias da zaga adversaria, e concedeu a iniciativa da partida aos espanhois. Passou o primeiro tempo sendo sufocada pelo adversario e acabou tomando um gol contra numa cabecada de extrema infelicidade do cabeca-de-area Nasa. A reacao parecia estar a caminho no segundo tempo, quando o Vasco equilibrou a partida, alcancou o empate num gol de Juninho, e partiu para cima do Real Madrid. Esteve a ponto de marcar, porem acabou tomando o segundo gol num contra-ataque, e nao teve mais tempo para se recuperar. A perda do titulo mundial abateu os jogadores e, quatro dias depois, um Vasco apatico foi derrotado pelo DC United por 2 a 0 em Fort Lauderdale, consequentemente deixando de ganhar tambem a Copa Inter-Americana. Uma conclusao triste, que os vascainos nao mereciam, de um ano que ate' entao havia lhes sido tao generoso em alegrias.

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